As habilidades que você deve ter para conquistar sua vaga em IA

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) são ousados: em até cinco anos, 420 mil novos profissionais serão demandados por empresas de tecnologia da informação.

O recém-publicado relatório Profissões Emergentes 2020, com informações mapeadas pelo LinkedIn Brasil, comprova esta tendência. O documento, que identifica os 15 empregos emergentes no mercado de trabalho brasileiro, mostrou que nove destas vagas se relacionam diretamente com a área de TI.

Aquelas que têm relação mais direta com IA estão nas seguintes posições:

5º lugar: cientista de dados, com aumento anual de 78% na sua procura.

6º lugar: engenheiro de dados, com aumento anual de 75% na sua procura.

7º lugar: especialista em Inteligência Artificial, com aumento anual de 73% na sua procura.

O LinkedIn dos Estados Unidos reuniu o mesmo tipo de informação no informe Emerging Jobs Report 2020. Por lá, a coisa está ainda mais avançada. O que é 7º lugar para a gente, nos EUA a mesma profissão está no pódio:

1º lugar: especialista em Inteligência Artificial, com um crescimento anual de 74%.

2º lugar: engenheiro robótico, com crescimento anual de 40%.

3º lugar: cientista de dados, com crescimento anual de 37%.

4º lugar: full stack developer, com crescimento anual de 35%.

Se estas duas pesquisas não forem suficiente para convencer sobre a tendência,  a consultoria de recursos humanos Michael Page reuniu em um infográfico os cargos mais procuradas em todo o mundo. Engenheiros de software, desenvolvedores e cientista de dados constam na lista, inclusive na do Brasil.

Esta introdução deve ter feito você perceber que vagas em Inteligência Artificial não vão faltar tão cedo; pelo contrário, tendem a aparecer cada vez mais.

Mas se você quiser uma para chamar de sua, terá que investir em uma carreira que, embora complexa, tem tudo para ser promissora – se você realmente botar tempo para investir nela. Neste texto, reunimos algumas dicas das habilidades que você deveria desenvolver para trabalhar na área.

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O que são “AI skills” – e as tendências para ficar atento

Já ouviu falar de “AI skills”? Este é um termo utilizado para descrever as habilidades necessárias para criar soluções em inteligência artificial.

As AI skills podem se referir tanto a segmentos específicos em IA, como deep learning, NLP, ML e redes neurais, como também para as ferramentas que permitem trabalhar em cada vertente de IA.  

No geral, trabalhar com IA significa possuir um background em computação ou matemática, já que desenvolvimento de softwares e estatísticas fazem parte do dia a dia.

É essencial ter um bacharelado e, para alcançar posições de liderança, conta bastante se tiver uma pós-graduação, como um mestrado ou doutorado.

Quanto às ferramentas que você tem de dominar, o relatório Workplace Learning Trends Report 2020, da Udemy For Business, gerou interessantes insights sobre as habilidades em tech mais populares atualmente, que são Python, React, Angular, ML e Docker.

Também reuniu aquelas que estão caindo no gosto das empresas: Gatsby.js, AWS Big Data, React Hooks, Microsoft Azure Architecture e Next.js.

A verdade é que as exigências variam de empresa para empresa, por isso vale a pena monitorar aquelas que você gostaria de trabalhar para conhecer quais os requisitos necessários e assim definir os próximos passos do seu próprio desenvolvimento profissional.

Tenha em mente que precisará desenvolver conhecimento em uma ou mais linguagem de programação (só para citar algumas: C++, Python, Scala, Ruby, Java, R, Julia e AIML – esta última é que baseia o NAIL, a linguagem da Nama). E experiência em TensorFlow, PyTorch, Apache Spark ou Git tem aparecido como requisito em muitas vagas.

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Não deixe as soft skills para trás

As soft skills são as habilidades relacionadas à personalidade e às características pessoais de cada indivíduo, o que inclui a maneira como lidam com suas emoções e sentimentos – e expressam eles.

Embora estejamos falando de características que são formadas através de experiências pessoais e questões sociais e culturais, são habilidades que podem sim serem desenvolvidas, mas desde que a pessoa esteja engajada em se autoconhecer.

No universo de IA, conta muito se o profissional tiver pensamento crítico. Este senso ajudará a pessoa a visualizar e entender o que não vai bem e então tentar novos caminhos até encontrar uma solução.

Ser crítico também interfere em outro ponto: na redução do viés em ferramentas de IA. Afinal, uma pessoa capaz de questionar a norma terá capacidade e empatia para reforçar a criação de soluções que não excluam nem inviabilizem algum grupo identitário.

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A capacidade de inovação é outra soft skill superimportante para quem trabalha com IA. Isso porque esta área lida com soluções que inexistiam, portanto, o profissional de IA deve sempre estar um passo a frente para identificar problemas e trazer soluções para eles.

Além disso, quando falamos de inovação, isso inclui estar atento a todo tipo de avanço tecnológico e tendências para traduzir isso em seu trabalho, criando soluções que atinjam o estado da arte e façam com que os negócios se mantem competitivos.

Já uma boa comunicação faz a diferença nos momentos que for necessário traduzir informações técnicas para que outros membros do time, possibilitando que todos compreendam e deem continuidade a seus trabalhos. Além disso, atualmente se trabalha com equipes de diferentes áreas, portanto comunicação clara, coesa e não violenta é requisito para se trabalhar de maneira colaborativa.

Por fim, desenvolver habilidade em liderança não é importante somente se você almeja seguir uma rota de crescimento na sua carreira, mas também porque, em uma visão macro, você precisará liderar projetos, e um bom líder é aquele que consegue estimular as pessoas a tirarem o melhor delas mesmas, impactando diretamente no projeto que você comanda.

Como melhorar suas habilidades para conquistar vagas de IA

Como qualquer profissão, trabalhar na área de IA exige uma atualização constante. Entretanto, esta área tem uma particularidade: a publicação constante de papers. E isso realmente exige que você acompanhe as tendências.

Os papers são resultados de investigação que exploram como os pesquisadores chegaram a uma possível solução para um problema.

A leitura de papers é essencial para quem trabalha com IA porque esses documentos apresentam o que têm de mais novo no mercado, além de serem uma maneira de entender o processo de desenvolvimento de uma nova linguagem, ou até como usá-la.

Uma boa dica é acompanhar a newsletter Eye on A.I., que publica semanalmente os papers que mais chamaram a atenção, assim você sempre estará a par do que surgiu no mercado.

Se você está em busca de capacitação em uma linguagem ou ferramenta específica, aproveite os cursos de plataformas como Udemy, Coursera ou Udacity. Elas oferecem um monte de cursos introdutórios, ideais para quem quer dar os primeiros passos em um assunto antes de investir pesado para se aprofundar.

Já os bootcamps são uma oportunidade de aprofundamento em um curto espaço de tempo, o que pode ser interessante para quem está fazendo uma pequena transição de carreira e precisa de experiência para conquistar a vaga.

Com duração rápida, que varia de 2 a 4 meses, os bootcamps promovem uma imersão em um determinado tema, como aprofundamento em Machine Learning, com foco em abordar os principais tópicos teóricos e desenvolver as habilidades técnicas para o profissional atuar na área.

Por fim, participe de grupos de IA e sempre interaja com a comunidade. Há várias opções de grupos espalhadas pelo LinkedIn, Meetup e Reddit.

Além disso, esteja de olho nas iniciativas de IA nas universidades brasileiras. Falamos deste tema recentemente aqui no Simple. Diversas universidades no Brasil têm criado centros de inteligência artificial, é o caso do C4AI, da USP. Um bom momento para se envolver com IA na academia.