Como criar um portfólio para trabalhar com design conversacional?

Portfólios de design não são novidade. No entanto, um portfólio de design conversacional tem seus desafios específicos que o diferenciam de um portfólio comum. Veja técnicas e referências que vão te ajudar a montar o seu!

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Redação Nama
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21/1/2021
Category:
Design
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Em diversas situações, o peso da sua universidade e o nome das empresas pelas quais você passou não são suficientes para apresentar todo o seu potencial para conquistar uma vaga na área de design conversacional. Você vai ter que convencer pelo que executou profissionalmente - e é aí que o bom e velho portfólio entra para dar uma mão.

No universo de design, o portfólio tem papel fundamental. Bastante gente já conquistou freelas graças a projetos apresentados no Behance ou outras plataformas.

Porém, agora a coisa está um pouco mais complexa. Embora a lógica do portfólio ainda seja a mesma (apresentar trabalhos realizados por você), algumas técnicas para criar o documento são diferentes.

No caso do design conversacional, você vai ter que mostrar como idealizou fluxos de conversação, ou seja, publicar apenas print do produto pronto não é o ideal. Os recrutadores esperam mais.

Neste texto, a ideia é dar uma força para todo mundo que está no caminho de criar um portfólio para design conversacional. Embora não existe uma regra, a gente reuniu o que consideramos as boas práticas. Confira!

Bonneval Sebastien / Unsplash


O que os recrutadores buscam em um portfólio?

 

Buscar decifrar o que o recrutador quer ver no seu portfólio só fará você perder tempo em suposições. Não há uma resposta exata para a pergunta deste título, já que contratações depende de inúmeros fatores, inclusive alheios ao time de design.

Entretanto, é bem sabido na área que o seu portfólio deve refletir a sua personalidade e o seu trabalho. Então foque em criar algo que seja único e traduza exatamente quem você é.  

Se o foco do seu trabalho é a criação de produtos, então são grandes as chances de o recrutador querer identificar a sua capacidade de resolver problemas e também sua habilidade de se colocar no lugar o usuário, ou seja, ter empatia por ele.

Além de contar o seu raciocínio e a responsabilidade em cada projeto – o que abordaremos abaixo –, também é importante colocar o que você aprendeu executando aquele trabalho. Por isso, seja honesto e relate a sua participação.

Nosso último toque você já deve ter em mente, mas mesmo assim é importante reforçar: o seu portfólio deve ser fácil de navegar, bem escrito – revise uma, duas e três vezes antes de publicar – e possuir uma boa hierarquia de informação. O seu portfólio deve contar uma história, então dê insumos para que os recrutadores acompanhem esta narrativa da melhor forma.

 

 

Criando um portfólio sobre interfaces conversacionais

 

Na prática, algumas estruturas são diferentes quando se trata de criar uma apresentação do seu trabalho em interfaces conversacionais – ou em qualquer produto, na realidade. Há mais necessidade de mostrar os bastidores da criação de cada projeto do que apenas o resultado final.

Na nossa opinião, um bom portfólio em design conversacional segue a seguinte lógica:

 

Qual era o desafio do projeto? → O processo de criação → o resultado da solução

 

Dentro desta estrutura, conte como você resolveu um problema e qual foi o impacto nos usuários - ou seja, como a solução respondeu à demanda inicial. Sente o dedo no teclado e justifique por que tomou determinada decisão.  

Para ilustrar, você tem que usar alguns materiais que fizeram parte do desenvolvimento do projeto, como:

 

  • Iterações
  • Wireframes
  • Fluxogramas
  • Fotografias (evite usar materiais de banco de imagens)

No caso do design conversacional, é importante também você mostrar que domina linguagens e outras especificidades da área, portanto, cite a sua experiência com Processamento de Linguagem Natural e no uso de ferramentas específicas, como Sketch e Figma.

Anete Lūsiņa / Unsplash


O portfólio na prática: os tópicos que você deve trabalhar

 

Trajetória profissional

 

No seu portfólio, reserve um espaço para trazer o seu histórico profissional. Mas não perca tempo detalhando cada experiência e o que você fez nelas. Destaque aquelas mais relevantes. Se a empresa não for tão conhecida, vale a pena uma breve explicação. Em cada experiência coloque qual a sua responsabilidade no setor em que trabalhou.

 

Ferramentas

 

Com novas opções que surgem e viram moda a cada ano, tem se tornado bastante relevante destacar quais plataformas você domina. Você pode dividir por atividades: “Para prototipação, uso Figma. Quando se trata de apresentar o protótipo, eu vou de InVision ou Marvel. Para teste de usuário, prefiro Hotjar”.

 

Habilidades

 

Neste tópico, dedique-se a reunir as habilidades que você desenvolveu ao longo da sua trajetória profissional. Se tem experiência em prototipação, design visual e UX writing, fale sobre elas.

No entanto, não se limite apenas aos conhecimentos técnicos. Atualmente, valoriza-se bastante as soft skills o que permite abordar aspectos da sua personalidade: “tenho uma curiosidade nata que me leva a fazer as perguntas certas aos usuários. Dessa maneira, tenho em mãos as melhores respostas, criando assim produtos de acordo com a necessidade do público”.

 

Projetos

 

Esta é parte mais importante do seu portfólio. Separe seus projetos mais relevante e conte tudo sobre eles: o panorama da marca/produto; os problemas enfrentados; as soluções apresentadas; os desafios e como foram superados; e principalmente os resultados.

Se você tiver uma experiência multidisciplinar, apresente diferentes projetos que confirmem isso. Por exemplo, selecione projetos de interfaces de voz e projetos de bots em formato de mensagens, em seguida destrinche o que executou em cada um deles. Dessa maneira, você reforçará quais são as suas habilidades em diversos projetos.

 

 

3 exemplos de portfólios em design conversacional para você se inspirar

 

Foco em UX Writing

 

Andrew Fryckowski criou um portfólio bastante atraente. Como profissional que desenvolve chatbots, um grande destaque do seu documento é ter um próprio chatbot (Ask The Bruno, seu cachorro) para apresentar suas habilidades.

Como se trata de um portfólio de produtor de conteúdo, para mostrar o desenvolvimento de trabalhos, ele optou por printscreen de telas, onde é possível analisar o tom e as soluções para cada diálogo.

Andrew Fryckowski / Reprodução


Foco em UX/UI Design

 

No portfólio de Adrian Zumbrunnen, ele explica como foi realizado o desenvolvimento de todo aspecto visual do assistente virtual do aparelho Google Pixel 4. Ele inclui gifs para mostrar protótipos e ícones visuais em movimento. As telas são acompanhadas de explicações sobre o que levou a determinadas soluções, além de bastante foco na paleta de cores e outros aspectos estruturais.

Adrian Zumbrunnen / Reprodução

Foco em VUI

 

O portfólio de Kathryn Sadler é um exemplo interessante sobre como lidar com interfaces de voz. Diferentemente de outros tipos de portfólio, em que o embasamento é visual, em relação à voz será mandatório inserir samples em áudio.

No caso de Sadler, além de aplicar exemplos de fluxogramas e diálogos, a designer inseriu dois samples de áudio onde mostra a solução respondendo aos seus comandos. Desta maneira, facilita-se o entendimento do que foi feito e é mais fácil para acessar. O resultado final.

Kathryn Sadler / Reprodução


De forma geral, montar um portfólio é muito mais sobre pensar na melhor maneira de apresentar o seu trabalho do que nas vagas que você quer ser contratado. Sem essa pressão nas costas, você tem muito mais chance de traduzir sua personalidade pessoal e profissional, e assim conquistar a sua vaga.

Redação Nama

Um de nossos colaboradores diretos da Nama escreveu esse post com todo o carinho :)