TEDx: Como a inteligência artificial vai simplificar o amanhã

Uma das vocações deste espaço, o Simple, é conversar sobre como a inteligência artificial (IA) é capaz de criar um futuro mais simples, resolvendo interações complexas. Tem muita gente pesquisando o assunto, desenvolvendo soluções para isso e, sobretudo, realizando esse futuro agora.

Um desses caras é o Rodrigo Scotti, fundador da Nama, uma empresa que combina inteligência artificial e humana para automatizar conversas e transformar a experiência de usuários de tecnologia. Já são oito anos trabalhando nesse sentido, o que o credenciaram a bater um papo, à convite do TEDx Pinheiros 2018.



No vídeo acima, que recomendamos ver na íntegra, Scotti discorre em 10 minutinhos sobre vários tópicos relacionados à IA e à aplicação dela em nossas vidas. Se você não tem 10 minutos agora, segue um resumo esperto do conteúdo, nas palavras do próprio Scotti:


IA simplificando o amanhã

IA está em toda a parte e a gente nem percebe: ela consegue entender seus gostos para recomendar músicas e produtos, ajuda a traduzir um texto e até filtrar emails de spam já tem algum tempo.


Linguagem

Uma das ferramentas mais antigas que conhecemos, como espécie, é a mesma que usamos para nos relacionar com a tecnologia: a linguagem. Ela permite que a gente compartilhe informações, crie planos e defina ações para as máquinas – do mesmo jeito que fez nossa civilização se organizar e evoluir.


Usos da IA

E hoje, estamos falando e escrevendo para conversar com a tecnologia. Essa é uma nova forma de interface, que nos permite ter informação em tempo real, em qualquer lugar, sobre nós mesmos e sobre o que nos rodeia. 

Exemplifico: usando a minha voz, posso perguntar para meu aparelho se vai ter trânsito no trajeto para o trabalho, posso pedir para ser acordado com música clássica às 7 da manhã e até solicitar por Whatsapp a segunda via do boleto do meu plano de saúde.


Assistentes e bots

Nos últimos dois anos, vimos a aparição massiva de assistentes com voz, como a Siri, Alexa e o Google Assistant e também os robôs de conversa por texto, os chatbots.

Aproveitando o crescimento dos aplicativos de mensagem, os bots cresceram exponencialmente depois de 2016, ajudando empresas e marcas, sobretudo, no suporte ao consumidor.


Projetos

Eu venho empreendendo e desenvolvendo produtos com esse tipo de tecnologia desde 2011 para organizações de diversos tamanhos em contextos práticos. Só no Brasil, entre 2017 e meados de 2018, a Nama processou mais de 8,2 milhões de atendimentos entre assistentes de IA e pessoas. Isso equivale a pouco mais de 25 anos de conversa.


Chatbots para o governo do Estado de SP

Em 2016, a Nama fez uma parceria com o Governo do Estado de São Paulo para testar um chatbot que atendesse as dúvidas dos cidadãos sobre processos como emissão de documentos. 

Quando colocamos o robô no ar, sem nenhuma divulgação, em uma semana o bot “roubou” mais de 70% dos acessos das outras ferramentas disponíveis aos usuários. 

Foi gratificante ver que as pessoas, em uma situação chata de perder um documento e encarar um processo burocrático, aderiram ao atendimento por bots. 

A experiência foi tão boa, que o indicador que eu mais gosto desse projeto é que recebemos mais de 140 mil "obrigados" e "Deus abençoe", saudando nossa inteligência artificial – mesmo com os usuários avisados de que estavam falando com um bot.


Google Duplex

A máquina pode falar não só conosco mas também por nós. 

Temos a iniciativa do Google, o Duplex, de desenvolver robôs que conectam os usuários a serviços que ainda estão “offline”. O robô telefona, de maneira autônoma, para um restaurante ou um salão de cabeleireiros, por exemplo, para reservar um horário – direto com um atendente humano e sem intervenção do usuário.

Outro destaque desse projeto é colocar a máquina em uma posição diferente: como comprador em vez de vendedor. E fica claro o esforço de quem está atendendo o robô para entendê-lo e respondê-lo melhor.


Atores sociais

Estudos apontam que humanos identificam interações com computadores como se fossem relações com outros seres humanos.

Construir uma personalidade que seja universalmente agradável aparece, então, como um novo desafio: não só para atender, agradar e engajar o usuário, mas também para reagir de acordo com o ambiente e com situações adversas, como ofensas, por exemplo.


Aprendizado de máquina

Umas das peças fundamentais da IA é o aprendizado de máquina, que permite ao computador descobrir padrões e fazer predições.

Esse processo quase sempre depende de (poucas) pessoas – cada uma com um viés de interpretação da realidade – para alimentar uma base de dados que vai servir de exemplo para o computador aprender. 

Eis um ponto crucial para discutirmos a diversidade de talentos envolvidos no aprendizado de máquina. Essa diversidade reflete em como a IA vai tomar decisões e escolher suas respostas.


Inclusão da IA na sociedade

É natural termos receio de grandes mudanças, como as que a IA promete causar. Mas a melhor forma de encarar esse receio é modelando como queremos ver nosso futuro. 

E é possível construir um caminho virtuoso para a inclusão positiva dessas novas ferramentas na sociedade. 


Força de trabalho híbrida

A colaboração da IA com profissionais humanos é uma história mais promissora do que a temida substituição do profissões. 

Ao construir máquinas que trabalham em conjunto com pessoas, conseguimos estender não só o potencial do humano mas também o potencial da própria máquina se comparada com o outra máquina atuando sozinha.

Os computadores são bons para tarefas previsíveis e os humanos para tarefas criativas. Essa combinação resulta em mais eficácia em diversos contextos.


Conclusão

Atualmente bilhões de aparelhos já conversam conosco de forma natural, acessível e prática. As novas gerações estão crescendo com IA auxiliando-nas desde a escola até o trabalho.

A IA é uma ferramenta incrível mas é uma ferramenta, e as pessoas devem vir primeiro.

O estado da arte da tecnologia indica que temos um caminho de coevolução: humanos evoluindo as máquinas e elas nos ajudando a evoluir.

Num mundo com cada vez mais IA, o comportamento da tecnologia vai refletir a sociedade que a está criando.


Somos todos responsáveis por criar um amanhã mais simples e leve, porque agora, não só pessoas aprendem com nossos atos, mas as máquinas também.


Redação Nama

Um de nossos colaboradores diretos da Nama escreveu esse post com todo o carinho :)