War machine learning

A indústria da guerra é mais um campo de batalha para o desenvolvimento da IA

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Redação Nama
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25/9/2019
Category:
Inteligência Artifical
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No último sábado, 14/9, um ataque coordenado de 25 drones militares, equipados com explosivos, atingiu duas refinarias de petróleo na Arábia Saudita, maior produtor mundial deste recurso energético. O impacto foi imediato, com corte da produção de 5,7 milhões de barris diários – quase metade da produção saudita, que corresponde a 5% do petróleo extraído no planeta. O cenário pode durar semanas até ser normalizado e o preço do barril já disparou, impactando a economia global.


A autoria do ataque ainda é desconhecida, com os EUA acusando o Irã, que nega oficialmente. Independentemente da origem dos drones, se vindos do Irã, do Iraque ou de outro país do Oriente Médio, o episódio retrata o atual estágio da tecnologia militar: quem está ganhando a batalha nas trincheiras da inteligência artificial (IA) e do aprendizado de máquinas (de guerra)? 


Quem está investindo alto para liderar essa corrida estratégica são os americanos, sempre de olho nos rivais Rússia e China: de 2018 para 2019, o Departamento de Defesa dos EUA aumentou em 25% as verbas federais para o desenvolvimento de drones de terra, mar e ar. São US$ 9,39 bilhões para a construção de 3.447 veículos de guerra autômatos ou controlados à distância.


Além da preocupação em construir um arsenal para atacar possíveis inimigos, os americanos estão atentos, em igual medida, para soluções que previnam ataques ainda maiores do que os  ocorridos na Arábia Saudita. Em entrevista ao site The Verge, o engenheiro aeroespacial Mike Griffin, atual subsecretário de defesa de pesquisa e engenharia, declara que "certamente, sistemas de armas controlados por humanos podem lidar com o ataque de um, dois ou poucos drones se eles são vistos vindo, mas conseguiriam lidar com 103?" O próprio Griffin responde: "Se eles conseguirem lidar com 103, o que duvido, conseguiriam lidar com mil?"


Em contrapartida a essa investida americana, as Nações Unidas têm discutido recorrentemente a possibilidade de banir drones com armamentos letais orientados por IA – em 2017, 22 países reivindicaram esse banimento à ONU. Outras vozes importantes também já se ergueram contra esse tipo de armas "inteligentes", como o físico Stephen Hawking, já falecido, o magnata da tecnologia Elon Musk e o cofundador da Apple, Steve Wozniak. 


E muita gente menos famosa tem se engajado no combate ao uso da tecnologia de ponta para fins armamentistas. Em 2018, milhares de funcionários do Google assinaram um documento protestando contra a participação da empresa no Projeto Maven: em parceria com o Departamento de Defesa dos EUA, o Google ajudaria a desenvolver algoritmos de visão computacional para distinguir objetos de pessoas em vídeos capturados por drones e câmeras de vigilância. Os trabalhadores signatários deixaram claro e manifesto que não gostariam de trabalhar numa companhia envolvida na indústria da guerra e deu certo: desde março de 2019, o Google não está mais oficialmente envolvido com o Projeto Maven.


Esses são apenas alguns dos conflitos, por ora não letais, envolvendo a intenção de convocar a IA para as linhas de frente militares mundo afora. Quem será que vai vencer essa guerra?


Redação Nama

Um de nossos colaboradores diretos da Nama escreveu esse post com todo o carinho :)